terça-feira, 12 março 2024 07:55

(in memória) Nelson Mafambane: “A tradição oferece-nos vantagem, mas não vamos embandeirar em arco”

Nelson Mafambane 1O dia 12 de Março será recordado como uma data cinzenta para o Clube Ferroviário de Maputo, CFvM, dado o golpe que teve com a partida do carismático Nelson Mafambane para o além. No ano do centenário, lembramos alguns, dos vários, episódios que marcaram a história deste clube com uma entrevista conduzida pelo renomado jornalista Alexandre Zandamela no verão de 04 de Outubro de 1989

Nessa altura, Mafambane era adjunto do luso-moçambicano, Hilário da Conceição, no Ferroviário de Maputo. Na entrevista estão patentes os traços de um homem que sempre soube estar e ser no desporto.

Já lá vai bem longe o ano de 1982, altura em que o Ferroviário de Maputo ganhou o seu primeiro e ate aqui único título nacional de futebol. O tao prestigiado triunfo aconteceu numa altura em que os “locomotivas” não somente tinham, no seu plantel, jogadores de gabarito como também um técnico à altura de garantir um trabalho de excelência qualidade: Mário Coluna. Depois dessa vitória, eis que, seis anos depois, um outro moçambicano radicado em Portugal, Hilario da Conceição, colegas na selecção, apos um ano a apalpar o terreno, decide colocar os locomotivas num lugar que poucos acreditavam poder ser possível à turma de Hilário. O Ferroviário ainda não era campeão, a uma jornada do fim, porque a perseguição do título estava o Desportivo de Maputo.
O técnico hesitou para responder se já era campeão:
– considerar-me já exactamente campeão talvez seja embandeirar em arco numa altura em que ainda não permite que se faça coisa igual. Mas, também dizer que, para o Ferroviário, vai ser difícil ser campeão, agora que tem praticamente tudo ao seu alcance, estaria a ser muito pessimista para comigo próprio. Temos chances, desde há já algumas jornadas, estarmos a liderar a classificação, tirando partido da vantagem que levamos do Desportivo, com o qual ganhamos na primeira volta e empatamos na segunda.
Quando é que começaram a notar que o Ferroviário poderia ser campeão?
– Foi na segunda volta. A partir desta altura começámos a incutir nos jogadores que era possível sermos campeões e eles ta também tomaram a peito esse facto, dai que tenhamos apostado em não perder mais.
O Ferroviário tinha meia equipa pendura
– Esse é o nosso maior drama. Primeiro foi Boi a lesionar-se mas, felizmente, retomou os treinos depois da operação na Africa do Sul. Seguiram-se depois Pelé, o nosso melhor marcador, Erasmo, que dava um bom jeito à frente, Luís, Jonas II, Iassine, Nhaca, ora recuperado, e Mamade, o homem do meio-campo. Conforme se pode ver, é metade do plantel “pendurado”.

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