Aliás, foi esta bravura do Ferroviário de Maputo quase valeu um golo madrugador, quando o Jorge (que fez dupla de centrais com Chico) perdeu a bola para Mário que, dentro da área e pressionado por dois adversários, não teve critério para bater Moca. Já se gritava golo na Machava, mas o “keeper” dos “canarinhos” diminuiu muito bem o ângulo e evitou o pior para sua equipa.
Com linhas de pressão a perturbarem a construção dos visitantes, os “locomotivas” foram mais astutos, ocuparam melhor os espaços, e forçaram o seu adversário a sucessivas perdas de bola. Flanqueando quer pela direita (Celso esteve em acção constante) quer pela esquerda (Miter e Tununo a assumiram as despesas), o Ferroviário de Maputo abordou melhor o clássico.
Aos 36’, veio a prenda pela bravura demostrada nas quatro linhas. Foi desbloqueado o puzzle do Costa do Sol na sua linha mais recuada. Celso desceu pela direita, levantou a a cabeça e centrou para área, onde apareceu Ravel Maxwell nas costas de Jorge e Chico a desviar para o fundo nas malhas.
Domínio territorial dos verde-e-brancos. No miolo do terreno, Shaquille, “invisível” mas a encher o campo com excelente ocupação de espaços e combinações com Kito, vinho do Porto. Faltava, no entanto, definição e critério no último reduto. Dormiu o Costa do Sol, ou melhor, a dupla de centrais, aproveitou Maxwell com um remate sustido por Moca. Por pouco, por pouco mesmo, não se elevou a contagem para 2-0 na Machava.
Os avançados do CFvM trabalharam forte na pressão alta inicial e também tiveram oportunidades para marcar. O evidenciava personalidade. Tinha capacidade de aceleração no último reduto.
Veio depois o intervalo. Veio a segunda parte com o Ferroviário de Maputo, inteligentemente, a consentir domínio do adversário mais pressionado em chegar ao empate. Com linhas baixadas, o Ferroviário de Maputo soube controlar muito bem o jogo. O Costa do Sol melhorou, certo, a sua produção mas sem criar, de facto, “frisson” no último reduto “locomotiva”.
Jean Loscuito fez depois algumas alterações no seu xadrez, claramente, numa perspectiva de gerir o plantel e o jogo. Ao cair do pano, numa jogada de insistência, Mexer jogou a bola com mão. Filmão Correia não teve dúvidas, apontando para marca dos onze metros.
O capitão Kito bateu com muita qualidade, fixando o resultado final em 2-0. Uma espécie de vinho do Porto servido para brinde no clássico
Com esta vitória, os “locomotivas” passaram a somar 18 pontos. Quarta-feira, há mais um duelo diante do Costa do Sol, desta feita para a Taça de Moçambique.