A comitiva do Ferroviário, de resto, chegou ao Aeroporto Internacional de Mavalane com uma missão de dever cumprid, dada a prestação que a equipa sénior masculina de basquetebol teve no evento continental de bola ao cesto, que este domingo terminou e que consagrou a equipa egípcia do Zamalek como a primeira grande vencedora da prova. Recorde-se que os egípcios estiveram no mesmo grupo C com o Ferroviário.
Na esteia desta primeiríssima presença duma equipa moçambicana numa prova desta dimensão na qual a equipa sénior masculina do Ferroviário de Maputo foi a estreante, ficam os quartos-de-finais como o grande objectivo alcançado. Isto é, a equipa de Milagre Macome volta à casa com um importante quinto lugar da classificação geral numa prova onde perfilavam as 12 melhores equipas continentais. É um registo que deixa, naturalmente, satisfeito o timoneiro do equipa que considera que os seus jogadores dignificaram o país e o próprio basquetebol moçambicano.

                            OS RAPAZES MERECERAM 
– “Primeiro estamos de parabéns por voltar a casa todos nós sem qualquer problema de saúde. Foram 25 dias de muito trabalho com rigidez de profissionalismo, de alto rendimento, senão não seria a NBA. Estamos satisfeitos por ter participado da prova e pela forma como estivemos. Pelo nível de exigências que a própria competição colocou-nos, pela entrega dos nossos atletas, pela postura que nós tivemos na competição, digo que sim, o país deve sentir-se dignificado pelo Ferroviário de Maputo”, considerou o Coach Mila para depois avaliar o objectivo alcançado.
– “Numa competição profissional como a BAL, a primeira Edição em África, alcançar o quinto lugar no conjunto de 12 equipas quero acreditar que dignifica qualquer cidadão moçambicano, em primeiro lugar. Em segundo lugar, os rapazes mereceram este destaque porque trabalharam para tal e dentro daquilo que foram os princípios que nós definimos aquando da nossa partida para Kigali. Sabíamos que não teríamos a vida facilitada na competição, éramos tidos como “outsiders” da prova e estamos internamente há 15 meses sem competição. com potência e rigor que apresentamos no jogo inaugural já houve um pouco de atenção por parte da organização com relação à nossa equipa. Fomos disputando jogo a jogo em cima dos objectivos que nós traçámos. Não prometemos lugares cimeiros, prometemos sim jogo a jogo tentar disputar ao limite. Quero acreditar que foi o que nós tentar fazer e penso que conseguimos. Está de parabéns o grupo de trabalho por ter sabido interpretado aquilo que lhe foi pedido, idealizado e definido pela direcção e pela equipa técnica. Não é fácil. Nós temos uma estrutura que não se assemelha ao profissionalismo que fomos encontrar na competição. É uma prova de alto rendimento mas os meus jogadores conseguiram sobrepor-se”.

                           CALHOU-NOS A EQUIPA DA CASA E CABIA-NOS LUTAR 
A derrota nos quartos-de-final, por 73-71, com os anfitriões da prova, o Patriots, ditou a despedida do Ferroviário na prova. Macome tem uma opinião sobre este jogo.
– “Chegado aos quartos-de-final não tínhamos margem de escolha. Calhou-nos a equipa da casa e cabia-nos competir no máximo das nossas capacidades. Tentámos fazer o máximo e não conseguimos. Em alguns momentos o adversário esteve melhor, conseguimos encurtar a distância, lutámos até ao fim e acredito que os atletas foram até ao limite para dignificar o nosso país e o nosso basquetebol. Infelizmente ganhou o Patriots e nós só temos de nos queixar dos erros que cometemos durante o jogo”.