Mas, no quadro competitivo, ficou patente que a equipa do CFvM, ainda que condicionada fisicamente e com problemas de lesões por gerir a partir de uma certa fase da prova, bateu-se com galhardia e tudo fez para devolver a áurea de glória ao clube.
Foram, feitas as contas, duas vitórias no "play-off" da final (69-63, no jogo 1, e 61-60, no jogo 2) e três derrotas (64-67, no jogo 2, 76-61, no jogo quatro, e 82-74, no jogo 5) que deixam certeza de uma decisão à negra que espelha a combatividade dos atletas, bem como a certeza reforçada de que o futuro será risonho. Com o título, pois claro, sempre no horizonte.
Numa prova com um formato diferente do "habitué", na fase regular, o Ferroviário de Maputo, que teve no comando os "coachs" João Mulungo (coach principal de juvenis masculinos) e Carlos Dezanove (adjunto dos seniores femininos) somou cinco vitórias e duas derrotas em sete jogos.
Os números colocaram a equipa verde-e-branca na terceira posição com 12 pontos (menos dois que o Costa do Sol, vencedor da fase regular), cruzando, desta forma, caminho com o Maxaquene (sexto classificado) no "play-off" de acesso às meias-finais.
Diante de um adversário com juventude astuta, o Ferroviário de Maputo foi superior ao vencer por 88-64, num duelo em que Baggio Chimonzo liderou a equipa com 21 pontos e quatro ressaltos, secundado por Inélcio "Chirinho" Chire com 13 pontos e 10 ressaltos.
Nas meias-finais, calhou-nos um adversário de peso: Ferroviário da Beira, que ostetantava o estatuto de bicampeão nacional.
Com Baggio Chimonzo (17 pontos e cinco ressaltos) e Ermelindo "Mindo" Novela (16 pontos e seis ressaltos) "onfire", o Ferroviário de Maputo venceu o seu homónimo da Beira, por 67-68, e abriu o 1-0 no "play-off" da final.
No jogo 2, as coisas não correram de feição para o Ferroviário de Maputo que, ofensiva e defensivamente, denunciou pouca eficácia, resultando em derrota por 81-49. Os treze pontos, quatro roubos de bola e igual número de assistências de Baggio Chimonzo foram insuficientes para levar os "locomotivas" a estação central.
Veio o jogo 3, decisivo, e com ele um Ferroviário de Maputo demolidor nos tiros exteriores com 16 concretizados em 31 tentados, perfazendo uma média de 52.9 % de aproveitamento.
Defensivamente muito bem, os "locomotivas" da capital fizeram o 2-1 no "play-off" das meias-finais com uma vitória por 85-63.
Um ponto une o passado e o presente: a preponderância de jogadores experientes e o "ADN" vitorioso.
Nesta empreitada, João Mulungo contou com Stélio Rodrigues, Baggio Chimonzo, Hugo Martins, David Canivete, Orlando Novela, Ermelindo Novela, Francisco Macarringue, Inélcio Chire, Lote Tonela, Edilson Tivane, Muhambe Macuiana, Jeremias Chichava e Edilson Tivane.
QUINTA VEZ COMO VICE-CAMPEÃO
Esta é a quinta vez que o Ferroviário de Maputo ocupa o segundo lugar no Campeonato Nacional de Basquetebol sénior masculino. A primeira foi em 2004, quando perdeu na final com o Maxaquene, clube mais titulado do país.
Dez anos depois, ou seja, em 2014, os "locomotivas" da capital voltaram a sagrar-se vice-campeões nacionais, perdendo na final com o seu homónimo da Beira.
Ano seguinte, mesma classificação numa prova em que o Desportivo de Maputo conquistou o seu primeiro título nos seniores masculinos, e teve em Pio Matos Jr (Lingras) a sua principal estrelas.
Depois, em 2017 e 2022, quando perdeu com o seu homónimo da Beira em finais disputadas no Chiveve e na capital, respectivamente.