Com poder de impulsão, carregou sempre a certeza de que, onde houver uma bola, ela lá estaria atrás dela, a recuperá-la ou a entregá-la a um colega em melhores condições para marcar.
Com um duplo-duplo (15 pontos e igual número de pontos em de ressaltos, dos quais nove defensivos e seis defensivos) foi uma jogadora infatigável no jogo 2 do "play-off" da final da Liga Sasol de basquetebol sénior feminino nos 35:00 em que esteve na quadra.
Mafanela, mesmo condicionada com faltas, disputou cada lance com intensidade, fez algumas boas combinações com Ornilia Mulhui (bela actuação no jogo 2 da final com 14 pontos) e serenou as companheiras em momentos de grande pressão.
Com 79 ressaltos em sete jogos (três da fase regular, dois dos "play-offs" das meias-finais e igual número da final), Odélia Mafanela foi aclamada melhor ressaltadora da Liga Sasol 2023.
A média de ressaltos foi de 7/por jogo, tendo superado a concorrência de Verónia Salifo, jogadora do Ferroviário da Beira, que colectou 76 "rebounds".
A verdade manda dizer que há anos que Odélia Mafanela vem mandando nas tabelas. A título de exemplo: em 2017, ano em que o Ferroviário de Maputo conquistou o seu quarto título consecutivo de campeão nacional, foi distinguida melhor ressaltadora e marcadora.
Outrossim, em 2015, dominou nas tabelas e foi distinguida como rainha dos ressaltos de uma competição na qual venceu ao Costa do Sol por 2-0 no “play-off” da final com vitórias por 63-52 e 62-51.
Quando, em 2019, o Ferroviário de Maputo “despachou” o Costa do Sol (2-0 com vitórias por 60-40 e 59-42), chamou a si o estatuto de melhor marcadora da competição.

INTRISSICAMENTE LIGADA À DOIS TÍTULOS AFRICANOS
O nome de Odélia Eusébio Mafanela, ao nível continental, ficará também gravado indelevelmente gravado no Clube Ferroviário de Maputo.
Pois, em 2018, foi a melhor ressaltadora da Taça dos Clubes Campeões Africanos, em Maputo, numa prova ganha pelo Ferroviário de Maputo ao derrotar, na final, o Inter Clube de Angola (59-56).
Voltou a evidenciar-se no ano seguinte, no Cairo, Egipto, quando contabilizou 22 pontos e sete ressaltos (quatro ofensivos e três defensivos) na final do “africano” de clubes frente, uma vez mais, diante ao Inter Clube, formação a qual as moçambicanas venceram por 91-90.
Individualmente, saiu do Cairo, Egipto, com o troféu de melhor ressaltadora. Foi ainda indicada para o cinco ideal da competição juntamente com a compatriota Ingvild Mucauro, Astou Traore, Kelsey Mitchell e Shawnta Dyer.

PRIMEIROS PASSOS!
Há sempre um ponto de partida para tudo na vida. E, no caso em apreço, o ponto de partida foi aos 11 anos, na Cidade Beira, onde integrou a formação da Associação provincial de Basquete de Sofala.
Corria o ano de 2004, quando Odélia Mafanela rumou para a Académica da Beira, tendo sido integrada na equipa de juvenis, escalão no qual também de destacou como ressaltadora.
O ano de 2006 foi de “ouro” revestido em prata para Odélia Mafanela. Já nos explicamos. Foi integrada na selecção de sub-20 que açambarcou o título de campeã nos Jogos do SCASA, na Namíbia, uma prova da África Austral.
No mesmo ano, integrou o “doze” nacional que ficou em segundo lugar no Campenato Africamo realizado no pavilhão do Maxaquene.