Pois, a uma velocidade de cruzeiro, Marta Nelson, 17 anos, Erla Simão, 22, Júlia Band, 16, e Shakyra Onório, 21, transitaram dos juvenis para os seniores após evidenciarem enorme potencial. Superaram todas adversidades. Definiram os seus objectivos. Sempre com a sua afirmação na modalidade no horizonte.
Sob às ordens de Elísio Manhiça, treinador com certificação internacional da Associação Internacional de Boxe, e Clésio Zandamela, adjunto, as quatro pugilistas vão crescendo mental e desportivamente.
Os processos passaram, desde logo, pela construção de uma condição física e atlética duradoura. Ou seja, dotá-las de uma capacidade de golpear com força, receber o adversário e manter a resistência durante os "assaltos".
Os resultados alcançados no Campeonato da Cidade, em Novembro de 2022, com a conquista da medalha de ouro por parte de Marta Nelson, nos 69 Kg, e prata açambarcada por Erla Simão, nos 52 kg, dão claras indicações de que as mesmas podem, com humildade e muito trabalho, seguir as peugadas de Rady Gramane e Alcinda Panguana. O céu é o limite, afinal.
É por isso mesmo que, antes, em Novembro do ano passado, desfrutaram ao subir também ao pódio no torneio alusivo ao dia da cidade de Maputo. Saíram da prova com medalhas de ouro e prata, prestigiando, desta forma, o quase centenário CFvM. O Campeonato Nacional de Boxe, competição ainda sem local de realização e datas, é o passo que se segue.
Três vezes por semana, trabalham arduamente para ganhar tarimba para enfrentar as suas adversárias na maior prova do calendário do boxe no país. É um percurso a ser seguido, claro. Mas não foi tão fácil quanto pode parecer.
É que, em tempos, o boxe era visto com “maus olhos” sendo que poucas mulheres ousavam em abraçar a modalidade. Agora, e com a abertura e conquistas que a modalidade tem conseguido para o país, quebraram-se os preconceitos.
E, no CFvM, há espaço para as mulheres praticarem boxe quer na condição de atletas de alta competição quer na vertente de lazer.