quinta-feira, 22 setembro 2022 03:26

Novembro de 2018: África aos pés de um Ferroviário demolidor!

Ferroviario campeao africano de clubes 2018Vinte e cinco (25) de Novembro de 2018 ficará, para sempre, registado na história do eclético Clube Ferroviário de Maputo (CFvM) e nos compêndios do basquetebol moçambicano.

Houve, e é preciso rememorar, festa rija no pavilhão do Maxaquene com a conquista, pela primeira vez, da Taça dos Clubes Campeões Africanos de Basquetebol em seniores femininos. O Ferroviário de Maputo derrotou na final o Interclube de Angola, por 59-56.
Emulou, na “catedral” do basquetebol moçambicano, a raça de um conjunto que há muito procurava chegar ao olimpo de África. União. Esta foi uma das palavras-chave para o sucesso do Ferroviário de Maputo na competição.
As atletas, que haviam perdido nas meias-finais de 2015, em Angola, e finais de 2016, em Maputo, e 2017, novamente em Angola, uniram esforços para campear. E soube a bem: foi uma espécie de “vingança” da derrota sofrida em 2016, em Maputo, diante do Interclube por 67-49.
Com o pavilhão do Maxaquene lotado, qual ovo de Colombo, jogou-se até ao limite. Os parciais de 11–16 (maior para o CFvM), 22–14 (vantagem para o Inter), 11–17 (nova vantagem para o CFvM) e 12–12 são elucidativos do aperto no marcador.
Carmen Virginia Tyson-Thomas foi a melhor cestinha do CFvM com 20 pontos em 25:41 minutos na quadra, tendo feito sociedade com a compatriota Cierra Robertson- Warren com 12 em 23:34. A escola americana a mostarar valor.
Odélia Mafanela, a estoica e combativa emprestou garra e determinação na quadra. Os seus números, nesta prova, são elucidativos da influência na equipa: média de 10.6 pontos/jogo (terceira melhor marcadora da equipa) e 7.6 ressaltos (melhor ressaltadora das campeãs nacionais). De resto, Mafanela foi a jogadora com maior eficiência por jogo: 13.6. E tem uma particularidade: regressou à competicão, curiosamente, pouco depois de ter sido mãe de primeira viagem. E, no dia da final, recebeu um pedido de casamento em pleno pavilhão do Maxaquene. O amor é lindo!
Inédito: Anabela Cossa e Odélia Mafanela alcançaram, com esta conquista, o quarto título continental em quatro clubes: Desportivo de Maputo (2007, em Maputo, e 2008, no Quénia), extinta Liga Desportiva (2012, na Costa do Marfim) e Ferroviário de Maputo (2018, em Maputo).
Em tarde-noite de consagração de uma automotorra veloz na quadra, Anabela Adriano Cossa foi, dois anos depois, considerada melhor triplista da Taça dos Clubes Campões Africanos de basquetebol em seniores femininos. Foi competente na zona dos 6.75 metros. Foi a nossa “menina bomba” que figurou ainda no cinco ideal da competição continental de clubes ao lado de Italee Lucas (MVP), Aisha Mohammed e Ginette Mfutila (First Bank) e Jamila Nansikombi (Kenia Ports Autority, KPA).
Dos EUA, a referência maior do basquetebol, vieram, para não variar, os reforços do Ferroviário de Maputo para atacar África. O CFvM “recrutou” Carmen Thomas e Cierra-Warren Robertson, atletas que logo à primeira denunciaram alguma desconfiança junto ao público. Mas, com o decorrer da prova, entrosaram-se e foi o que se viu!
O título começou a ser edificado a 17 de Novembro, quando o Ferroviário de Maputo venceu o Equity Bank do Quénia, por 68-45.
Dia seguinte, as “locomotivas” derrotaram o FAP Yaoundé dos Camarões por 71-49, numa partida em que Anabela Cossa foi melhor cestinha com 15 pontos.
No dia 19 de Novembro, o Ferroviário de Maputo foi mais forte que o Vita Club da República Democrática do Congo, por 75-43. Diante do adversário mais forte do grupo, a 20 de Novembro, o conjunto verde-e-branco perdeu com o Interclube por 74-49. Itallee Lucas, com 33 pontos, e Nadir Manuel, com 13, foram as atletas que anularam o CFvM.
Nos quartos-de-final, a fase do mata-mata, o Ferroviário de Maputo não vacilou. Num jogo em que controlou todos os quartos, derrotou o KPA do Quénia por 73-40. Anabela Cossa foi a melhor cestinha da equipa com 15 pontos em 15:18 minutos na quadra.
O First Bank da Nigéria, que em 2003 conquistara o título africano de clubes em Maputo (mesmo ano em que a Nigéria sagrou-se campeã africana de selecções no pavilhão do Maxaquene) foi o adversário das meias-finais. Superior, o Ferroviário de Maputo carimbou o passaporte para a grande final com uma vitória por 72-59. Ingvild Mucauro e Carmen Virginia Tyson-Thomas, com 16 pontos, e Anabela Cossa, com 13, foram o “ás de trunfo” da equipa treinada na altura por Leonel “Mabê” Manhique. A final, tal como aicma descrito, foi vencida com enorme suor e competência. Há, evidentemente, outros actores fora da quadra que contribuíaram para este título. A começar, claro, pelo então presidente Sancho Quipisso, figura que desde o primeiro momento deu todas as condições para se chegar ao título.
Carlos Ibrahimo Aik teve, igualmente, a sua “mão” na conquista do título pelo Ferroviário de Maputo. Aik desempenhou a função de assessor técnico, tendo marcado presença sempre atrás do banco do Ferroviário de Maputo dando o seu contributo quando se justificasse. Já agora, saibam, Carlos Aik foi a figura que lançou Leonel Manhique, então treinador do Ferroviário de Maputo, para este clube em 2011 tendo ambos conquistado a Liga Nacional de Basquetebol.
Outrossim, Zinóbia Dulce Machanguana foi determinante para o sucesso do grupo com um contributo inestimável. Não tivesse Machanguana feito parte da equipa do Ferroviário de Maputo que disputou a primeira final da Taça dos Clubes Campeões Africanos, em 2009, no Gabão.
Este foi um Campeonato Africano de Clubes que, acima de tudo, serviu para projectar “rookies”, ou seja, estreantes! Que o Diga Delma Zita. Aos 20 anos, a base estreou-se numa fase final da Taça dos Clubes Campeões Africanos de Basquetebol em seniores femininos, depois de em 2017 somente ter sido ambientada à equipa na fase preliminar da zona VI, em Gaborone, Botswana. Fez cinco dos sete jogos da equipa, terminando a prova com média de 4.8 pontos/jogo, 2.2 assistências e 1.6 turnovers.
Isidro Abibo Amade, então homem forte do departamento de basquetebol do Ferroviário de Maputo, teve tambeém o seu papel no título. Sempre presente com a equipa, Isidro Amade foi persistente e com foco construiu uma equipa que colocou África a seus pés.
Leonel “Mabê”, ex-treinador do Ferroviário de Maputo, deu da melhor forma continuidade a um ciclo vitorioso iniciado em 2014, quando destronou a galáctica equipa da Liga Desportiva e conquistou o seu primeiro título de campeã nacional. África, o grande objectivo, está no papo. Foi, no entanto, preciso lutar: um terceiro lugar em 2015, e duas finais perdidas: 2016 e 2017.

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