quarta-feira, 29 junho 2022 17:07

Nelito: “Vamos trabalhar para representar condignamente o Ferroviário e o país”

NelitoDakar (Senegal) foi o ponto de partida, no longínquo ano de 1985, com o AS Bopp a celebrar o primeiríssimo título africano de clubes. Maputo é roteiro e, porquê não dizê-lo (?), um privilegiado palco alternativo da Taça dos Clubes Campeões Africanos de  Basquetebol em seniores femininos. Não tivesse acolhido o “africano” de clubes em cinco ocasiões: 1991, 2003, 2007, 2016 e 2018.


Em Dezembro próximo, a cidade das acácias abre, uma vez mais, as suas alas para sediar uma prova cuja contabilidade aponta para sete títulos conquistados por equipas moçambicanas, nomeadamente Maxaquene, Académica, Desportivo Maputo (2), extinta Liga Desportiva e Ferroviário de Maputo (2).
O Ferroviário de Maputo, o eclético,  o histórico e dimensionado clube tem a missão hercúlea de defender o título conquistado em Dezembro de 2019, no Cairo, Egipto. Pesa, e os grandes clubes estão a isso sujeitos, sobre o CFvM o facto de ser uma referência obrigatória na competição como também ter no seu comando um “coach” positivamente “inscrito” nos manuais do “Africano” pelos três títulos por si conquistados no passado.
Metódico e defensor acérrimo do cumprimento rigoroso de todas as etapas e processos como elementos para se alcançar o sucesso, Nasir “Nelito” Salé foi, como não podia deixar se ser, lúcido na abordagem sobre o Campeonato Africano de Clubes.
O “senhor dos anéis” em África recorreu, em primeiro lugar, a aspectos organizativos, estruturais e de investimento para apontar o caminho para se chegar ao tão ambicionado título.
 “Costuma-se dizer que a ciência de desporto aborda três factores importantíssimos para qualquer evento, nomeadamente a organização, estrutura de equipa e investimento. E é nesta base que o Clube Ferroviário de Maputo se cinge todos os dias pensando naquilo que possa ser a melhor perspectiva. Todos nós sabemos que, para qualquer evento alcançado, e tendo este primórdio de jogar em casa, é preciso saber jogar em casa”, recordou Nelito no lançamento da competição.
Saber jogar em casa, aliado à capacidade de definir os momentos da competição, serão fundamentais para a “locomotiva” apitar para o tricampeonato africano de clubes.
E isto num contexto em que o conjunto “verde-e-branco” está em recomendada fase de renovação mas sempre com ambição e os “canos” apontados para o topo de África.
“Nós temos os pés bem assentes no chão, independentemente da nossa estrutura de equipa ter mudado. Mas o que, neste momento estamos a zelar e perspectivar, é dar valor e vazão a quem está presente pelo trabalho árduo, pela dedicação, pela perseverança, e, acima de tudo, pelo querer e bem-fazer todos os dias por parte das jogadoras do clube. É por aí que a gente olha para aquilo que é a nossa perspectiva. E devemos olhar para aquilo que será este evento”.
A marcha para o domínio no continente foi longa. É, por assim dizer, antiga. Há processos que foram cumpridos, há processos que continuam a ser desenvolvidos pela direcção do clube. Mas há, acima de tudo, uma “marcha-à-ré” que se deve fazer para  perceber que o título de vice-campeão africano de clubes atingido em 2006, em Libreville, Gabão, foi o ponto de partida para a consagração (campeão em 2018 e 2019) de um clube e uma geração.
Geração que pisou grandes palcos e ganhou duelos com atletas referenciadas no panorama do basquetebol africano. Por isso, diz Nasir Salé, “não será novidade para nós, até porque já estivemos várias vezes a representar ao nível de clubes e do país”.  
Nelito não tem dúvidas que o trabalho iniciado no arranque da temporada vai complementar os que estão em marcha assim como os que perspectiva até à data da competição africana de clubes.
“Mas o que nós queremos, acima de tudo, é olhar para a nossa organização interna e aquilo que é a nossa estrutura e zelar pela entrega e dedicação que já começou a 12 de Março.”
Encarar jogo a jogo com determinação e melhor definir o momento de competição são outros elementos fundamentais para projectar grandes voos.
“Agora, em termos de perspectiva daquilo que possa ser o evento no seu todo, aquilo que possa ser a nossa qualidade, a forma de estar e a nossa maneira de encarar esta competição, o tempo dirá. E, acima de tudo, não queremos pensar diferente das outras vezes mas acima de tudo encarar jogo a jogo. Temos que pensar naquilo que possa ser o nosso momento de competição. Perceber como será o nosso modelo e, acima de tudo, perspectivar aquilo que possa ser a sinergia entre dois clubes nacionais em benefício da organização”, notou Nasir Salé.
Mas mais do que uma actuação a solo por parte dos clubes participantes e da própria Federação Moçambicana de Basquetebol, há que carregar o espírito de união e patriotismo. O fervoroso público moçambicano, aquele que vibra com o basquetebol e faz do pavilhão do Maxaquene um “inferno” para os adversários, é igualmente chamado para este momento que pode colocar a modalidade da bola ao cesto em grandes patamares.
“Esta federação merece todo o apoio não só por parte dos dois clubes mas do povo moçambicano. Esta federação merece aquilo que possa ser a participação condigna de todo empresariado nacional e de todo o Estado moçambicano para que, acima de tudo, a gente consiga preservar o bom nome dos dois clubes nacionais que muito têm feito e investido. E, acima de tudo, preservar o belíssimo nome do nosso país. É preciso que haja sinergias por parte de todos nós. É preciso pensar que a Federação Moçambicana de Basquetebol não pode dar sozinha aquele passo solicitado pela FIBA. É preciso o apoio de todos nós”, apelou.
O basquetebol é das modalidades que tem dignificado e honrado o Ferroviário de Maputo dentro e fora do país.
E a direcção, que tem feito uma ginástica enormíssima para manter o basquetebol no topo das agendas, joga um papel fundamental nesta empreitada que passa por revalidar o título continental de clubes. E há um reconhecimento por parte de Nelito do compromisso assumido pelos dirigentes para elevar cada vez mais o basquetebol moçambicano, no geral, e do clube verde-e-branco, em particular.
“O Investimento será realmente observado pela nossa direcção do clube que muito tem feito. Mas, acima de tudo, queremos estruturar a equipa e pensar nas possibilidades da nossa direcção em termos daquilo pode fazer um pouco mais para a equipa”, respondeu Nasir Salé a uma questão colocada pela imprensa a propósito da actual estrutura da equipa.
Mas é preciso não embandeirar em arco. Não pensar que vai ser chegar, ver e vencer! O trabalho deve ser feito com muita competência para que se chegue ao “tri”.
“Não queremos dar saltos, ou melhor, passos maiores que as nossas pernas. O que queremos é olhar para aquilo que é a nossa maneira de estar e possibilidades. Não iremos desistir desta competição. Iremos trabalhar arduamente e tentar mobilizar aquilo que é os dois títulos ganhos nos anos passados”, assegurou.  
Nasir Salé entende que, “como detentor do título, queremos pensar que iremos trabalhar para representar condignamente o nosso país e emblema que esta acima de nós”.
A finalizar, Nelito Salé deixou claro: “Vamos trabalhar arduamente. E, como disse como nota prévia, a organização. O clube terá que investir. Nós temos os pés bem assentes no chão. E, em termos de planificação e datas definidas pela Federação Moçambicana de Basquetebol, temos na mira o que vamos fazer. Já conseguimos perspectivar como é que a equipa deve-se apresentar até Dezembro”.

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