No pavilhão do Maxaquene, havia do lado do Ferroviário que encontrar a fórmula para 'partir' a defesa à zona 2-3, dispositivo que o rival tem constantemente recorrido. Mais: anular as unidades mais criativas dos 'locomotivas' do Chiveve que assumem o jogo individual quando a equipa bloqueia. Com uma defesa homem a homem, os campeões nacionais procuraram ainda explorar o jogo interior com Edson Monjane a dar a luta nas tabelas e tiros na zona dos 6.75 metros, onde Manuel Uamusse tem estado em destaque. Com alguns erros nos bloqueios e contestação dos lançamentos, o CFVM saiu do primeiro quarto a perder por 16-13. Carlos Aik fez os ajustes defensivos, mas os 'locomotivas' não se mostraram clarividentes no ataque, falhando alguns cestos fáceis nas segundas bolas. Nas transições, algumas perdas de bola propiciaram contra ataques de um para zero finalizados pelo adversário. Nos primeiros cinco minutos do segundo quarto, o parcial era de 15-23, vantagem para o Ferroviário da Beira.
Carlos Aik alternou na posição entre Baggio Chimonzo - entrou para o cinco- e Ivan Cossa, base que foi aposta inicial nos outros jogos.
Com forte apoio da sua claque, o Ferroviário de Maputo procurou ir buscar o resultado mas foi ao intervalo a perder por sete pontos: 34-27.
Veio o terceiro quarto, veio a clarividência ofensiva de Yuran Biosse que lançou, ganhou as segundas bolas e fez pontos nas recargas. Hugo Martins não entrou bem para o jogo. Milton 'Mito' Caifaz ainda concretizou um tiro exterior, mas não foi a solução ofensiva que se esperava. Defensivamente, a equipa cometia erros que foram aproveitados pelo adversário em situações de contra ataques, tiros exteriores e penetrações. O Ferroviário da Beira fugiu para 16 pontos no final do terceiro quarto: 60-44. Esta foi a maior vantagem no jogo.
No decisivo quarto, os bicampeões nacionais entraram com disposição de ir buscar o resultado. No jogo interior, Monjane deu muita luta e, num jogo em que brilhou, Yuran Biosse desequilibrou e foi determinante para que, com cinco minutos por se jogar, a diferença fosse de nove pontos: 65-54. Os beirenses, aliás, fizeram a pior pontuação na marcha do marcador. Os últimos instantes foram tão só de gestão e luta. Yuran Biosse foi o melhor cestinha do CFVM com 17 pontos aos quais acrescentou sete ressaltos -dois ofensivos e cinco defensivos- em 25:36 minutos na quadra.