segunda-feira, 10 outubro 2022 06:48

Rosa Cuamba: um talento à solta nas quadras de basquetebol!

20221009 162205 1Chama-se Rosa Cuamba. Tem lampejos de craque. Outrossim, tem tempo para mostrar que é uma jogadora que vai fazer sucesso! É um nome, seguramente, a reter até pelo nível de evolução que está a denunciar, a cada dia, nas quadras.

É extremo-poste, embora no lote de suas valências possa fazer outras posições. Esmiuçando as suas qualidades, há a referenciar a capacidade de luta na zona restritiva, facilidade de fazer cestos e ganhar ressaltos ofensivos e defensivos.
É, nesta altura, uma das unidades nucleares da equipa júnior feminina do Ferroviário de Maputo, campeã nacional e da cidade.
A marcha para baixa da cidade foi há dois anos, quando por indicação dos “coachs” Quive e Alberto passou a integrar o Clube Ferroviário de Maputo. Isto, claro, depois de ter iniciado no minibásquete e jogado os escalões de iniciados e juvenis num projecto da Matola ligado ao Ferroviário de Maputo, onde teve algumas dicas da modalidade por parte de alguns treinadores que trabalharam nos escalões de formação desta colectividade.
Rosa Cuamba recua no tempo e recorda, com um misto de sentimentos, que não foi nada fácil ter que abraçar o basquetebol, até porque os seus encarregados de educação torceram, inicialmente, o nariz a sua opção.
“Comecei a praticar basquetebol muito cedo, mas não foi fácil porque os meus pais não me deixavam jogar. Eles não concordavam com a ideia de jogar basquetebol. Tive que parar algum tempo, mas depois voltei a jogar”, lembra a extremo-poste.
Acreditar é o princípio de tudo. Cuamba sabia o que queria: seguir uma carreira numa modalidade que tantas glórias deu ao país. Mas sempre, e isso foi a grande exigência dos pais, a conciliar o desporto com os estudos.
“Na altura, em 2020, o Ferroviário de Maputo B era formado por atletas da Matola. E, depois da pandemia, trouxeram-me para cá pois a equipa ‘B’ estava fragilizada”, notou.
Ainda que, entusiasmada e vontade férrea de triunfar, Rosa Cuamba enfrentou no início algumas barreiras no processo de integração do Ferroviário de Maputo! Não era para menos: vive na Matola e tinha que, praticamente todos os dias, fazer deslocações à baixa para treinar. Uma realidade completamente diferente da vivida quando jogava numa equipa da Matola, onde o campo de treinos era bem pertinho de casa.
“Foi um pouco difícil porque não era o que eu estava acostumada, tanto mais que na Matola o campo era perto de casa. E, na equipa onde estava, tinha um grupo já conhecido com o qual fui estabelecendo alguma cultura de trabalho”.
Sobressaltos à parte. Há sempre um novo desafio na vida. Avisada disso, Rosa Cuamba concentrou-se em fazer o seu trabalho, procurando melhorar as suas habilidades e convencer os “coachs” que há espaço para ela na equipa do Ferroviário de Maputo. “Foi um período difícil. Mas, graças ao apoio das colegas, consegui o meu enquadramento. As colegas sempre ajudaram e motivaram-nos a melhorar bastante. Elas deram um enorme contributo para que melhorássemos”, reconheceu.
O período da pandemia, numa altura em que precisava aperfeiçoar cada vez mais o seu jogo e melhorar em vários aspectos, não ajudou nem tão pouco até porque as provas foram interrompidas.
“Foi um período muito difícil. Usávamos as plataformas digitais. Há uma diferença entre o treino virtual e o presencial. Treinávamos em casa para manter físico e ritmo. É muito diferente porque cada atleta recebia uma orientação ou plano de treino através de um programa definido pelos ‘coachs’ . Enfim, não foi nada fácil para nós”.
Rosa Cuamba tem sonhos! Muitos. Sabe, no entanto, que para alcançá-los, no basquetebol, precisa melhorar alguns aspectos. Aliás, a consistência só se ganha com trabalho árduo.
“Sei que tenho que melhorar o meu drible. Tenho que trabalhar mais a extremo. Atacar mais o cesto. Preciso ter visão do jogo. Eu jogo mais como poste, mas penso que posso ainda melhorar como extremo que exige ainda mais”, reconheceu Rosa Cuamba.
Intramuros, espelha-se na retirada poste Deolinda Mulói Gimo, campeã africana de clubes pelo Ferroviário de Maputo em 2018 e 2019. Mais: campeã nacional em seis ocasiões pelo clube verde-e-branco e outro tantos títulos nas provas internas.
Fora de portas, admira duas lendas do basquetebol mundial. Duas figuras incontornáveis que marcaram positivamente o basquetebol: Michael Jordan e Kobe Brynt, falecido.
“Eu admiro a Deolinda Gimo porque acho-a muito forte, trabalhadora e batalhadora. Gosto de Michael Jordan e Kobe Brynt porque são únicos. São formidáveis”, elogiou.
O céu é o limite. Por isso mesmo, Rosa Cuamba não desiste e trabalha para poder “jogar fora do país e fazer parte da selecção nacional”.
“À todos aqueles que me acompanham, gostava de dizer que podem continuar a confiar em mim. Ter sucesso é resultado de enorme trabalho. Acreditar no que somos. O sonho é e deve ser alimentado. Eu só tenho que dar o meu melhor. Continuar a trabalhar e esforçar-me cada vez mais. Ambiciono chegar ao topo e ganhar o Campeonato da Cidade. Os meus objectivos passam também por disputar o Campeonato Nacional”.
Sobre o Ferroviário de Maputo, Rosa Cuamba fala sem pestanejar: “É um clube enorme. O Ferroviário de Maputo é uma segunda família para mim. Aqui, temos colegas e treinadores que estão sempre connosco. Estão sempre para nos ensinar algo”.

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