quinta-feira, 06 outubro 2022 13:19

Miller Mussa: um talento em forja no basquetebol "locomotiva"

IMG 20221006 152354Do planalto de Cabo Delgado à baixa da capital do país, onde desde logo apaixonou-se pelo projecto de formação do Clube Ferroviário de Maputo. Um frio na barriga ou gelar da espinha foi a sensação que teve ao entrar, pela primeira vez, no campo de modalidades do Ferroviário de Maputo.

Não era para menos: estava perante uma nova realidade, um clube de grande dimensão que projectou muitas estrelas do basquetebol moçambicano. Miller Mussa Chehe era, corria o ano de 2021, recebido pelo afoito “coach” João Mulungo para uma espécie de “teste”.
O físico impressionou, sem sombra de dúvidas, até pela idade e escalão no qual seria enquadrado na reconhecida fábrica de lapidação e projecção de talentos verde-e-brancos. “ Os primeiros treinos foram intensos. Tinha que mostrar todo o meu valor para ser integrado na equipa. Dei o meu melhor para convencer os treinadores”, recorda o extremo-poste que começou a praticar basquetebol aos 14 anos.
O sexto lugar alcançado pela equipa masculina de basquetebol de Cabo Delgado na XIV do Festival Nacional dos Jogos Desportivos Escolares, evento que se realizou em Manica, em 2019, era a referência ou se quisermos o seu cartão de visita quando "aportou" na capital. Deu boas indicações! Deu sinais de que podia, com mais treino e entrega, evoluir a cada dia.
Iniciou-se nos juvenis, mas a pandemia da Covid-19 que paralisou o mundo e as actividades desportivas não dava tréguas. Foi preciso, à luz do decreto presidencial, observar todas as medidas de prevenção da Covid-19. O desporto, no geral, e o basquetebol, em particular, tinha que ser exemplo. E foi mesmo. “Infelizmente, quando me enquadrei as provas tiveram que ser interrompidas. A Covid-19 fez com que parássemos de treinar por muito tempo”, conta Miller Mussa Chehe.
Não parou de treinar individualmente. Acreditava, tal como o mundo, que com responsabilidade e combate ao coronavírus a situação da pandemia pudesse ser controlada. Na retoma das actividades desportivas, por conta do alívio das medidas de combate à Covid-19, foi integrado nos juniores. Com o “coach” Lomo “Lorito” António, o extremo-poste continuou e continua a trabalhar arduamente para melhorar a sua prestação na quadra. Onde, por sinal, destaca-se como um jogador muito forte nos ressaltos defensivos e nos blocos. “Meu lançamento melhorou muito. Preciso melhorar também nos dribles. Este é um escalão mais exigente e trabalho duro para melhorar”, reconhece a promessa do basquetebol "locomotiva".
O Ferroviário de Maputo é, para o atleta que foi recebido de braços abertos e acarinhado, uma segunda família.
IMG 20220929 WA0008“Sinto-me agradecido. Fui bem recebido e os meus colegas interagiram muito bem comigo. Ferroviário é uma família que me acolheu bem”, observou.
Como qualquer jogador, Miller Mussa Chehe ambiciona atingir os píncaros no basquetebol. Ou seja: jogar ao mais alto nível e conquistar vários anéis. Mas sabe que a fórmula para o sucesso é o trabalho. “Meu sonho é jogar noutros países”, frisou o basquetebolista que tem como referência o falecido e lendário Kobe Brynt.
“Queremos ganhar todos jogos no Campeonato da Cidade e qualificarmo-nos para o ‘nacional’. A família dá-me forcas para continuar e ser vencedor. Os ‘coachs’ Lomo António, João Mulungo e Rui Rafael marcaram-me bastante. A família também dá-me forças para continuar”, finalizou.

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